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O poder oculto do Jazz IV

por: Daniel Azevedo, músico e educador musical. 

Certa vez, li uma entrevista com o pianista de jazz norte americano Herbie Hancock (foto à esquerda), onde ele expõe sua visão espiritual acerca do jazz e de seu poder sobre os ouvintes. Segundo Hancock, que foi criado na tradição cristã, tudo começou numa noite de sexta-feira em meados de 1972, quando o pianista e seu grupo tocavam num clube de jazz em Seattle.

O local estava lotado e os músicos podiam sentir a “energia” do público que permanecia completamente absorvido pela música. Em seguida, ele pede à banda para tocar uma nova canção que inicia com um solo de contrabaixo acústico. Na entrevista Hancock descreve a cena da seguinte maneira:

a música e o sobrenatural V“Então, o baixista Buster Williams (foto à direita) começa tocando essa introdução. E o que saiu dele foi algo que eu nunca havia escutado antes. E não somente dele, mas nunca o ouvira de mais ninguém. Era tão somente pura beleza e ideias, e aquilo foi mágico. Mágico. E as pessoas estavam fora de si, por ser tão incrível o que ele estava tocando. Eu o deixei tocando por um longo tempo, talvez 10, 15 minutos. Ele apenas veio com ideia após ideia, cheio de inspiração. Então, eu pude sentir-me despertando, pouco antes de retornarmos com o tema da música. E eu poderia dizer que toda a banda acordou e havia alguma energia que era gerada a partir de Buster. Nós tocamos o set e foi como mágica. Quando terminamos, muitas pessoas correram até a frente do palco e estenderam suas mãos para apertar as nossas. Alguns deles estavam chorando, muito comovidos com a música. A música era muito espiritual também. Eu sabia que Buster era o catalisador para tudo isso, então eu o levei para a sala dos músicos e disse: ‘Ei, Buster, eu ouvi que você estava em alguma nova filosofia ou algo assim e, se ela pode fazer você tocar baixo como aquilo, eu quero saber o que é’.” [1]

No texto O poder oculto do Jazz III, curiosamente encontramos uma cena parecida onde, no decorrer de uma conversa, Roger Morneau e seu amigo ouvem a seguinte declaração de um músico de jazz bem sucedido:

“Na realidade, os espíritos tomam conta de nós; em outras palavras, eles se apossam de nós e nos dão energia, e nós repassamos essa influência para o público. Eles gostam do que recebem e sempre voltam para buscar mais da mesma coisa”. [2]

Perceba como as cenas se repetem nos dois relatos. Compare as seguintes expressões:

“Na realidade, os espíritos [...] se apossam de nós e nos dão energia, e nós repassamos essa influência para o público. Eles gostam do que recebem e sempre voltam para buscar mais da mesma coisa”.

“E as pessoas estavam fora de si, por ser tão incrível o que ele estava tocando. [...] havia alguma energia que era gerada a partir de Buster”.

Note que há sempre uma “energia” que é gerada e contagia o público, que então está fora de si, como num transe. Não há dúvidas de que há um poder externo e sobrenatural agindo através do fascínio que sentimos pelo jazz, como uma hipnose musical. Mais uma vez, percebemos a música sendo usada como um meio de atrair pessoas para longe do Verdadeiro Caminho.

11242014webpic20Por influência do baixista Buster Williams, Herbie Hancock tornou-se praticante do Budismo de Nitiren Daishonin, uma forma de filosofia centralizada na repetição do mantra Nam-myoho-rengue-kyo que significa “devotar-se à lei mística de causa e efeito”. Segundo creem os adeptos dessa prática, o mantra é “o caminho para alcançar a suprema iluminação”.

Porém, as Escrituras nos ensinam:

“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.”  João 14:6

Quando mais jovem estive em duas reuniões budistas onde recitamos, de forma contínua e repetitiva, por aproximadamente trinta minutos, textos escritos em ideogramas chineses e fonemas correspondentes em alfabeto português. As pessoas realmente acreditavam “estar em sintonia com o universo” ao despertarem “a natureza de Buda que está dentro de cada um de nós”.

Crenças como essa anulam por completo a fé no precioso sangue de Jesus Cristo derramado na cruz do Calvário como preço pelos meus pecados, pois sugerem que eu alcance uma perfeição que está, supostamente, dentro de mim mesmo. Um argumento semelhante foi utilizado por Satanás há cerca de seis mil anos:

“[...] vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal” Gênesis 3:5

Sua linguagem enganosa continua atraindo a milhares de pessoas através de filosofias que utilizam o conceito do “deus interior”. Essas e outras filosofias semelhantes estão bem presentes entre os músicos de jazz, servindo muitas vezes como fonte de inspiração até mesmo para suas composições. Essa influência é grandiosa sobre seus ouvintes, músicos e admiradores.

O objetivo do adversário de Deus é desviar a nossa atenção da salvação que nos é oferecida mediante a fé no sacrifício de Jesus. Os caminhos e distrações são os mais variados, pois para Satanás, os fins justificam os meios. Conheça e compare suas estratégias lendo O poder oculto do Jazz I, O poder oculto do Jazz II e O poder oculto do Jazz III.

REFERÊNCIAS:

[1] http://www.beliefnet.com/Faiths/Buddhism/2007/10/Herbie-Fully-Buddhist.aspx
[2] Roger Morneau, Viagem ao Sobrenatural (São Paulo: CPB, 2004), p. 20.


"Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar;" I Pedro 5:8

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